Almeida Garrett -
Romantismo

Nos seus poemas, o erotismo vai
de encontro à ideia do "desejar sem amar". para ele, este amor não é
virtuoso e, portanto, pode levá-lo ao inferno. Um amor que é fonte de prazer e
dor.
Apesar da crítica considerar
Almeida Garrett um poeta menor, quando comparado a Bocage, por exemplo,
considero-o um grande génio da Literatura portuguesa, pois sua obra tem como
tema central o amor e isso é levado ao leitor de várias formas(o que só revela
sua criatividade). Seja sagrado ou profano, o amor é a temática de ouro dos
grandes poetas, e Almeida Garrett soube expressá-lo muito bem, o que o
distingue de outros poetas portugueses.
O contexto social e político do Romantismo Português:

O Romantismo:
Quando falamos do Romantismo a palavra
designa apenas um período ou movimento literário e artístico, que marca uma
viragem total na concessão da arte e da própria vida, cortando com a longa
tradição do calculismo europeu.

1- Como origens sociais, o
desenvolvimento de um novo gosto, diferente do gosto clássico, prende-se ao
desenvolvimento da burguesia e ao aumento do número de leitores de origem
burguesa, que procuram uma leitura da obra literária o Eu, o autor, o
individuo, mais de que os tratamento das questões "Abstratas" da
literatura clássica.
2- Como origens políticas:
Paralelamente ás transformações sociais, ocorreram transformações políticas no
sentido da construção de regimes mais democráticos, em Inglaterra ( revolução
Inglesa de 1688) e na França- Revolução Francesa.
3- Como origens Filosóficas do
Romantismo prendem-se com o desenvolvimento das filosofias idealistas na
Alemanha, com Fichte e Kant. Segundo estes filósofos o Eu é a única realidade
original, dinâmica e criadora: o mundo exterior não existe em si mesmo, a
criação do Eu.
4- Como origens literárias, os
romantismos europeus vão entroncar-se nos pré-românticos.

O Romantismo aboliu a noção de géneros
rígidos dos clássicos; mas, em compensação, criou géneros novos, mistos:
1- no domínio narrativo: o romance; o
romance contemporâneo, de costumes
2- no domínio da poesia, do lirismo:
a poesia intimista, a poesia filosófica e a metafisica e, sobretudo, o poema ;
3- no domínio do dramático: a
tragédia e a comédia clássicas foram substituídas pelo drama.
Substituiu a natureza e a paisagem
clássica, feitas de harmonia e luz, pela natureza romântica, feita da noite ,
uma natureza dinâmica e não estática, como era a natureza clássica.
Finalmente, concebeu um novo tipo de
herói e de heroína:
1- O herói romântico vive pelo
sentimento e pelo instinto;
2- É insatisfeito, buscando o
absoluto da Verdade, da Justiça, do Amor;
3- É um rebelde, de proscritos,
exilados, justiceiros- é um ser excessivo;
4- É, incompreendido e marginalizado
pela sociedade;
5- É o herói fatal, que causa a
perdição daqueles que o amam, dos que o rodeiam; está como que predestinado á
sua perdição e á dos que dele se aproximam;
6- Torna-se um solitário e a ama a
solidão;
7- Sente-se transportado por um
"sopro";
8- Do ponto de vista do retrato físico,
o herói romântico é normalmente magro, pálido, cabelos soltos ao vento.
Rigorosamente, só depois de 1836, quando
as feridas causadas pelas lutas entre miguelistas e liberais começam cicatrizar, o Romantismo se constitui em
Portugal, como escola, com os seus adeptos menores, as suas revistas, o seu
publico. Até lá, assistimos a tentativas isoladas, prefiguram-se os casos
individuais de pioneiros.
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