Almeida Garrett- Características literárias
A personalidade literária de Almeida Garrett constitui-se e afirma-se num quadro cultural extremamente complexo. Garrett pode definir-se como o escritor que representa um tempo que é sobretudo de transição: transição entre um Neoclassicismo com marcas visíveis do pensamento iluminista e um Romantismo que Garrett, juntamente com outros tratou de difundir entre nós.
Garrett constitui uma personalidade já de si com uma dimensão verdadeiramente literária, no sentido em que é dotado de uma contextura psicológica peculiar. Convida a uma espécie de fusão entre a representação literária de temas e atitudes românticas e a vivência no quotidiano.
Gradualmente seduzido pelos valores do romantismo, o homem poeta exilado fixa no prólogo de Camões, princípios que regem uma criação literária dominada por procedimentos tipicamente a românticos: a altiva consciência da inovação, a rejeição das regras, o primado do sentimento, o culto da independência nos planos estéticos e político.
O relevo de que Garrett entre nós desfruta, como figura dominante do romantismo, liga-se à atividade política do autor; É o seu empenhamento na revolução de Setembro que o leva a aprofundar a vocação gramática, não só como responsável pelas reformas empreendidas, mas também como dramaturgo. Obras como um auto de Gil Vicente, Dona Filipa de Vilhena constituem não só o contributo Garrettiano para a reforma do teatro português, mas também por certo dos poucos exemplos qualitativamente válidos que nos fiaram, como resultado desse impulso reformador.
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